quarta-feira, 4 de julho de 2012

Com que livro eu vou?


Assim como existe o corte de calça jeans perfeito para cada quadril, há os livros ideais para cada um de nós – aquela combinação de certos temas e autores capaz de fazer bem, de um jeito muito particular, à nossa alma. Para encontrar tanto o visual quanto a biblioteca dos sonhos, só com tempo, tentativa e erro, autoconhecimento. Ninguém nasce estilosa ou se torna expert em sobreposições do dia para a noite. De igual forma, é impossível ter intimidade imediata com os grandes romancistas, os pensadores contemporâneos e modernos, os biógrafos e poetas mais ousados. O bom gosto requer treino. E esse treino pode ser dos mais deliciosos.

Talvez fique meio difícil acreditar no prazer dessa busca. Nos tempos de colégio, surgiu um bloqueio por causa da leitura obrigatória daquele clássico que parecia arrastada demais? Insista. A boa literatura mexe com tudo. Acalma e perturba. É um presente seu para você mesma, assim como aquela roupa bonita ou uma comida gostosa. Segundo Franz Kafka, “um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós”. E, se os títulos que caíram em sua mão ainda não provocaram uma ruptura interna, tente outro Machado. E outros Sabino, Stendhal, Sartre, Pessoa, Drummond… 

Fonte: Revista Gloss, edição 53, Texto de Sabrina Abreu

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