quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Romance...aos pedaços... Aleph

O hábito de ler


Por Taís Luso de Carvalho publicado originalmente no Porto das Crônicas 


Sou de uma geração que curtiu muito os gibis; aprendemos a ler com os gibis, e era com ansiedade que íamos às bancas de revista comprar as novidades do mês. E a troca de gibis entre os amiguinhos era estimulante. Depois, se aprimorava o gosto com vários livros. Mas, estávamos criando o hábito da leitura. A criança precisa de ajuda e de estímulo para essa iniciação. E também na adolescência.
Lembro que na adolescência, tanto eu como minhas colegas de aula, perdemos um pouco desse hábito devido aos livros que a Escola oferecia como padrão: não queríamos os clássicos brasileiros; não queríamos ler por obrigação para fazermos uma resenha. Queríamos a liberdade de escolha, que nos foi negado. Acredito que isso desestimulou um pouco a nós todos. Há que se respeitar o gosto de cada um, e, à Escola, cabe analisar as preferências de seus alunos.

O mesmo livro para todos os alunos? Foi um desastre; uns perguntavam aos outros a história – e a resenha estava feita! Ninguém aceitava uma leitura imposta.
Lembro que muitas de nós queríamos ler algo mais moderno, coisas da nossa época, para nosso momento. Lembro que me revoltei com isso e levei pra aula (colégio de freiras)  O Muro, de Sartre. Levei o livro para o recreio e caminhava pra lá e pra cá, meio que provocando… Era uma atitude pra encher o saco das freiras. Mas, em pouco tempo fui parar na sala da Madre Superiora, e meus pais foram chamados à escola:
- Sua filha está muito rebelde, está dando mal exemplo aos colegas!

Foi nesta época que houve um desinteresse da parte de muitos alunos; não tínhamos opção, não tínhamos tempo de ler outras coisas, uma vez que a leitura dos clássicos brasileiros, obrigatórios, tinha prazo para a entrega do trabalho. Para tudo existe uma idade certa, era só ter esperado o amadurecimento dos alunos.
A escola é a mola mestra; é nela que depositamos esperanças e mudanças. E cabe aos pais ajudar a incutir o hábito nas cabecinhas em formação; manter o elo, dar continuidade, estimular. Não impor! 

Se ficarmos pensando que somos um país em desenvolvimento, que os livros são caros, que o analfabetismo é enorme, que as crianças não são estimuladas à leitura, que as famílias têm outras prioridades, bem… então nada mais a fazer. É deixar como está pra ver como é que fica. E vai piorar, uma vez que a educação é primordial para o desenvolvimento e a educação de um povo.

Quanto mais esclarecimentos,  mais qualificados seremos, mais oportunidades de trabalho, e consequentemente seremos mais felizes, aptos a cuidar mais de nossa saúde e de nossas famílias.
É lendo que se aprende, que se cresce, que se conquista; que saímos da ignorância para um mundo mais aberto e de mais qualidade. O povo, através de sua cultura, de sua história, de sua economia é que pode fazer uma nação forte.
Certa vez ganhei um bambolê… Meu pai não gostava daquele negócio e me propôs uma troca: ‘vamos numa livraria e você escolhe os livros que quiser, mas largue esta geringonça’.  E aceitei a proposta. Comprei vários livros.

Apesar das leituras na Escola não terem sido do meu gosto,  retomei o hábito da leitura por várias circunstâncias: tive um ótimo exemplo em casa e uma biblioteca muito boa. A convivência com livros sempre foi muito próxima.
Sei que formar este hábito é difícil, ainda mais com a tecnologia de hoje, onde as redes sociais da Internet dominam muitas cabeças. Por outro lado,  vemos o trabalho de Órgãos do Governo e outros com apoio da iniciativa privada, incentivando as artes, literatura e literatura infantil.
Um país que incentiva a cultura, que cuida de suas crianças formará adultos mais capazes e mais felizes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Literatura dramática

Literatura vestida de teatro? Ou teatro inventando de ser literatura? O SESC São Carlos traz uma série de inusitadas montagens teatrais que dialogam com as principais obras literárias presentes nos vestibulares. A intenção é mostrar que as descobertas de uma boa leitura vão muito além das provas e que as histórias dos livros estão bem longe de acabar na última página...

Auto da Barca do Inferno
Neste semestre apresentaremos espetáculos de algumas obras literárias. Pretendemos com isso desconstruir a visão pragmática que os vestibulares impõe, isto é, apresentar a literatura como tal e importante linguagem artística que contribui para vários aspectos da cultura humana. A pergunta fundamental é: Literatura é só para o vestibular? Esta obra clássica de Gil Vicente traz o universo de Portugal do século XVI. Duas barcas ancoradas aguardam os que deixam a vida, vários tipos sociais devem embarcar e viajar para o Paraíso ou o Inferno. A partir daí só nos resta acompanhar o desfecho desta nau. Teatro. Retirar ingressos com 1 hora de antecedência.

SESC São Carlos, dia 28/09, quarta às 20h. Grátis

Educação em prosa

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O que é o TED?

O TED surgiu em 1984 como uma conferência anual na Califórnia e já teve entre seus palestrantes Bill Clinton, Bill Gates, Bono Vox, Al Gore, Michele Obama entre outros. Apesar dos mil lugares na platéia, as inscrições esgotam-se um ano antes. Cerca de 500 das palestras estão disponíveis no site do evento e já foram acessadas por mais de 50 milhões de pessoas de 150 países (http://www.ted.com/). A cada ano a organização elege um pensador de destaque e repassa a ele 100 mil dólares para que ele possa realizar “Um Desejo que Vai Mudar o Mundo”. Com essas 4 ações, TED Conference, TED Talks, TED Prize e TEDx a organização pretende transformar seu mote “Ideias que merecem ser espalhadas” cada vez mais em realidade. “Acreditamos apaixonadamente no poder das ideias para mudar atitudes, vidas e, em última instância, o mundo”, dizem os organizadores do TED. Nós também. E você?

Sugerimos a palestra de Elizabeth Gilbert (autora do livro: Comer, rezar e amar) "que reflete sobre as coisas impossíveis que esperamos dos artistas e gênios - e divide conosco a idéia radical de que, em vez dessas pessoas raras "serem" gênios, todos nós deveriamos "ter" um gênio.

É um relato muito pessoal, bem humorado e surprendentemente emocionante.”

http://www.ted.com/talks/lang/eng/elizabeth_gilbert_on_genius.html

E a ótima palestra de Rosana Hermann no TEDxPorto Alegre.
Ela falou sobre Inspiração Alfanumérica.
Na primeira metade falou sobre os números, sobre sua paixão por eles, a importância deles. Na segunda metade falou sobre as palavras, a origem delas, o significado de algumas, a etimologia.

parte 1

parte 2


Aproveitem!!!

Romance...aos pedaços... Como água para chocolate

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bicicloteca

Imagem: Folha de SP

A  “Bicicloteca” é uma biblioteca itinerante, um movimento independente existente em diversas comunidades brasileiras e em outros países, geralmente para pessoas sem acesso a biblioteca ou comunidades distantes dos centros,  as  quais utilizam a bicicleta como veículo para o transporte de livros.  A Bicicloteca do  Instituto Mobilidade Verde foi desenvolvida para atender moradores de rua através do Movimento Estadual da População em Situação de Rua. Trata-se de um triciclo com capacidade para 150 kg de livros  que facilita o trânsito na cidade e o acesso de pessoas a cultura , o objetivo é facilitar o trabalho das comunidades que já atuam com cultura e inclusão social através da leitura.
O conceito de biblioteca itinerante nasceu da necessidade de levar cultura para as pessoas que por diversos motivos não tem acesso a biblioteca.  Qualquer ONG que trabalha com população carente, poderá requerer uma Bicicloteca do IMV,  bastando para isso o envio de uma solicitação  formal ao Instituto Mobilidade Verde.  O IMV vai priorizar aquelas que já trabalham com comunidades sem acesso a biblioteca, ou com  população em situação de risco e  que reúnam  condições  mínimas  para conduzirem  o veículo ( que não necessita de habilitação especial) , realizar a manutenção  mensal e terem local para guardar a Bicicloteca com segurança. 

O Instituto realiza um treinamento sobre como abordar as pessoas  e formas menos burocráticas para a doação de livros,  a Bicicloteca do Instituto Mobilidade Verde tem um padrão diferente  das Bibliotecas itinerantes convencionais,  que  emprestam livros, a idéia não é apenas  emprestar livros,  mas doá-los para uma outra pessoa apos leitura. O objetivo é formar leitores e que estes novos leitores doem seus livros para outras pessoas. Os livros serão carimbados para “lembrar” ao leitor de doá-los novamente, criando assim um ciclo de leitura permanente.

O programa vai monitorar as doações e  realizar o cadastramento das pessoas, desta forma será Possível conhecer o paradeiro de pessoas que estão desaparecidas e abandonadas na cidade, respeitando o direito de cada indivíduo.

Quem quiser doar livros para a biblioteca itinerária  poderá deixá-los na Biblioteca Mário de Andrade até o dia 25 de julho.  Além do Movimento estadual da População em Situação de Rua, outras ONGs serão contempladas com o triciclo até o final deste ano.

O projeto Bicicloteca do Mobvimento Estadual da População em Situação de Rua visa recuperar moradores de rua através da inclusão social pela leitura e pelo trabalho de inserção e  assessoria jurídica e social que é parte do trabalho desenvolvido pelo Movimento criado por Robson Mendonça.

A idéia de criar uma Bicicloteca do IMV, nasceu da necessidade do Movimento Estadual de População em Situação de Rua em levar livros para os moradores de rua através de um veículo leve que poderia entrar em praças e locais de difícil acesso, que não necessitaria de um condutor com habilitação e  que não gerasse custos com combustíveis e tivesse capacidade para levar a maior quantidade de livros possível.

A  Secretaria do Verde e Meio Ambiente apóia  o projeto de forma Institucional e a Biblioteca Mário de Andrade apóia  através da cessão de espaço para a exposição da Bicicloteca   até o evento de lançamento e com a doação de livros.

Contato:

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vivendo de Livros e Abraços...

 Fonte: Brasil que Lê 06/09/2011

Por João Augusto



Há alguma coisa ali que eles compreendem muito bem: o livro está falando com os bebês. E como conversam os livros, especialmente com as crianças! 

É que os livros, assim como os pequenos, precisam de companhia, de amigos, de atenção. Sozinhos, não sabem direito pra que servem, para onde vão, com quem podem contar. A lição não é nova, mas vale a pena o refrão: livros desde a mais fresca infância são alimentos para toda a vida. 

Ajudam no desenvolvimento da linguagem, a explorar diferentes emoções e o mundo ao seu redor, a desenvolver a capacidade intelectual e, se os pais lerem para os filhos, melhor ainda! 

Aumenta o vínculo afetivo, ajuda-os a relaxar, a conhecer novos sons, novas palavras. E a leitura ainda dá uma força para o filhote dormir mais tranquilo, com sonhos que só o afeto e a literatura podem proporcionar. Ler para as crianças, enfim, é abraçar com palavras.

* João Augusto é escritor, poeta e editor da Revista Brasil Que Lê.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Romance...aos pedaços.... O perfume

Literatura vai de menos 1 a 40 graus

Por Ignácio de Loyola Brandão - O Estado de S.Paulo
Fonte: O Estadão - Caderno Cultura - 09/09/2011

Bem interessante. Enquanto a Flip foi dominada pelo escritor português walter hugo mãe, conquistando homens e mulheres, a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, que continua sendo o maior evento do Brasil e da América Latina, girou em torno do talento e do carisma de outro português, Gonçalo Tavares. Tranquilo, simples, ele foi "comendo" todo mundo pelas beiradas, como se diz por aqui.

Na mesa sobre identidade, literatura e cultura na globalização, foi o único a fazer um depoimento atual, consciente, lúcido, ao contrário do celebrado (e decepcionante) Luiz Costa Lima, que se julga em altíssima conta e desprezou a Jornada e os participantes dormindo no palco, diante de 6 mil pessoas, e dando um depoimento pífio. Ao acordar, atrapalhou-se com suas anotações, disse que as tinha esquecido no hotel. Não tinha nada a dizer. Ensaísta à antiga que fala em linguagem hermética, vazia. Plateia monumental, professoras e estudantes, 18 mil crianças na Jornadinha, ouvindo e conversando com autores infantis. Ninguém bate Passo Fundo. Mauricio de Sousa dominou a cena, crianças de todo o Brasil o conhecem, adoram.

Neste momento há pelo Brasil dezenas de feiras (acaba uma, começa outra) e bienais e encontros. Saí de São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, onde a prefeita Maria Helena Borges Vannuchi, obstinada e interessada em cultura, insiste em manter uma feira de livros com gente de primeira linha, e parti para Passo Fundo (-1°C na abertura da festa e vento minuano varrendo), norte do Rio Grande do Sul. Segui para o Piauí, para o terceiro Salipa, Salão Literário de Parnaíba (40°C à sombra), na boca do maravilhoso delta que separa aquele Estado do Maranhão. Hoje estou na 2.ª Filmar, Feira Literária de Marechal Deodoro, ao lado de Maceió. O sol come. Livros e literatura por toda a parte. Segunda-feira desço ao interior do Paraná para falar nos Sescs de Cascavel, Pato Branco, Fernando Beltrão e Foz do Iguaçu.

Em São Joaquim da Barra, a pamonha deliciosa e delicada, vendida num duas portas em frente da Feira, me provoca água na boca. Duas equivalem a um jantar. No Piauí, doce Estado, há o arroz Maria Isabel, o Capote, o queijo de coalho, a caranguejada. Em Passo Fundo, há a gastronomia dos Biazis, Alcir e Lisete, secundados pelo Serafim Lutz, com saladas inventivas, pernis, massas, filés e picanhas, costelas, matambres, num estilo sulino afetuoso. Alimentar com qualidade mil pessoas é tarefa de competentes. Sentar-se à mesa servida pelo garçom Otavio é privilégio. Com seus cabelos brancos e sabendo tudo, faz você parecer o mais VIP dos clientes, seja VIP ou não. E o que é VIP, afinal? As refeições no Clube Comercial eram no fim de noite, com conversas, papos cabeça, fofocas, informações, vinhos, todos juntos. 

Esse é o diferencial da Jornada, aglutina pessoas, momentos em que todos se juntam. Os irmãos Caruso, Chico e Paulo, cartunistas e músicos, estão na mesa com Gonçalo Tavares e Affonso Romano de Sant"Anna. Edney Silvestre, um dos mais procurados pelos leitores, juntava-se a Tatiana Salem Levy e à professora Maria Esther Maciel. Marcia Tiburi, filósofa, conversava com Peter Hunt, enquanto Eliane Brum juntava-se a Rinaldo Gama, que foi o único que se preparou convenientemente com uma bela fala para a mesa da comunicação do impresso ao digital. O comer é o momento em que todos se juntam, em lugar de se espalharem em busca de restaurantes espalhados pela noite afora.

A mesa final de Passo Fundo, formação do leitor contemporâneo, provocou incêndio. Alberto Manguel irritou-se com a inglesa Kate Wilson, amável mulher, que levou um projeto de livros em computador, em tablets, ainda em fase de implantação e discussão. Manguel se acha o dono da verdade do livro em forma de livro. Tablets, e-books, iPads são dignos da excomunhão. Arrogante, destratou aos gritos o americano Nick Montfort: "Não tenho e-mail, não uso computador". Para ele significam a deformação do leitor, não uma das formas para se conseguir sua formação. Crente de que é uma grande pessoa, guardião do livro em papel, Manguel partiu com patadas para cima da inglesa que, todavia, sabe espanhol, e respondeu à altura. Manguel, que vem escrevendo e reescrevendo os mesmos livros, tem de encontrar, urgentemente, as portas do século 21, desembarcar neste milênio, e ser mais gentil, admitir que a informática veio para ficar. Uma anedota circulou pela Jornada. Dizem que Manguel foi leitor de Borges. Ao fim de cada leitura, Borges acentuava: "Leu, pode ir embora, não me dê nenhuma opinião". Ao menos, a argentina Beatriz Sarlo, figura exponencial, estava na mesa, deu o tom de grandeza, ao lado de Affonso Romano.

O que importa é que literatura, misturada a música, informática e teatro, está sendo discutida em todo o País. Nunca, como hoje, houve tantas feiras e eventos em torno do livro, leitura, formação de leitores. Discussões, debates e buscas de caminhos. A Jornada de Passo Fundo chegou aos 30 anos, milhares de professores passaram por ela, milhares de crianças. A Jornada é a única que não se esgota assim que termina. Aí é que ela começa, com a multiplicação de ideias, conversas, aprendizados, vindos das oficinas, seminários, cursos, aulas paralelas, infinitas, atualizadoras. Recomeça quando acaba. Para culminar, premiou-se João Almino, grande autor com o seu Cidade Livre. O Bourbon Zaffari é o maior prêmio literário privado da América latina. Diplomata de carreira, autor por paixão, Almino levou um susto com o tamanho da Jornada e voltou à Espanha apaixonado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sugestão de Filme

Nos dias 25/09 às 19h e no dia 01/10 às 18h será exibido o filme "Minhas tardes com Margaritte" no SESC São Carlos. Vale a pena conferir!
Veja o trailler:


Vídeos de incentivo à leitura

Este é um comercial de TV voltado para a arrecadação de fundos para compra de livros nos EUA, simplesmente genial!