domingo, 30 de julho de 2017

Adulto também lê literatura infantil

Há pouco mais de um mês, chegou ao mercado uma revista de livros. A Quatro Cinco Um veio com uma proposta bastante ousada, afinal somos um país que lê tão pouco. De acordo com a pesquisa Retratos de Leituras no Brasil, o brasileiro lê 4,96 livros por ano, sendo que metade disso é leitura obrigatória vinda das escolas.

O conteúdo apresentado pela revista é bastante rico, porém, não é o suficiente. Segmentada, a publicação faz uma clara separação entre o que é conteúdo adulto e o que é infantil. Além disso, o espaço dedicado ao público de literatura infantil também é bastante reduzido.

Claro, isso não é uma invenção da Quatro Cinco Um. De alguma forma bastante ilógica, a literatura infantil é vista como uma literatura menor, com menos prestígio. Alguns defendem essa não divisão, como a pesquisadora Maria Teresa Andruetto, que acredita numa literatura sem o adjetivo (infantil). Para ela, e também para um número grande de pessoas, basta chamar de literatura.

Mas não adianta apenas mudar de nome. Ao entrar numa livraria, por exemplo, é fácil localizar o espaço voltado para os lançamentos, os best-sellers, os livros de adulto e outro onde ficam os livros para as crianças. É preciso mudar de conceito.

Eis a realidade, que talvez algumas pessoas não saibam, mas adulto também lê literatura infantil. Não apenas para os filhos, sobrinhos, alunos... mas porque é bom, é bem feito, é de altíssima qualidade e... porque também tem ilustração. Para quem duvida ou ainda é resistente, Alain Serres escreveu o livro Como ensinar seus pais a gostarem de livros para crianças. Lá, de uma forma bastante didática e divertida, o autor mostra jeitos simples e eficazes de trazer esses adultos para o universo dessa literatura vasta e com um potencial enorme.

"Quatro Cinco Um", de Paulo Werneck e Fernanda Diamant (Editores).

Fonte: Blog Caixote Amarelo, junho 2017

sábado, 15 de julho de 2017

Dá pra ter tempo de ler quando você não tem tempo?

Já tem um tempo que minhas rotinas de leitura e desenho estão bagunçadas, e isso vem bem antes de mudar pra Irlanda. Eu venho tentado consertar as duas aos pouquinhos, e nada mais justo do que compartilhar por aqui algumas dicas que eu mesma tenho achado por aí seja vendo vídeos, seja conversando com amigas, seja lendo em outros posts.
Aqui vai a minha seleção de dicas bem simples pra espantar o pesadelo de ressaca literária e bagunça na rotina.

É melhor estabelecer um ~momento~ pra ler, e não uma hora específica

De todas as pessoas que eu converso, cada uma tem um jeito diferente de ler, uma hora do dia, ou até mesmo um lugar. Então a dica principal é não estabelecer um momento e sim um ~estado de espírito~. Por exemplo: comprometa-se a ler sempre no transporte público, ou sempre que você perceber que vai ficar mais de 20 minutos sem fazer nada e pode avançar um capítulo num livro, seja sentado na sua caminha antes de dormir ou em uma das inúmeras filas de burocracia que a gente tem que passar nessa vida.

Mas lembre-se: encaixar a leitura ou qualquer outra atividade na sua rotina é uma coisa que leva esforço e tempo, não vai acontecer de um dia pro outro. Você precisa se adaptar e fazer dar certo 🙂 No final vale a pena!

Estabeleça umas metas pra você mesmo

Quase como uma competição pessoal? Sim senhores. Quando eu participava de maratonas literárias (aquelas que você tem x horas pra ler sem parar e que são muito divertidas de participar), eu colocava pequenas metas pra mim mesma: se eu estava na página 50, por exemplo, minha meta era chegar na 70, depois na 90 e ir aumentando.

EVITE: sistema de recompensas. Apesar de funcionar as primeiras vezes, se dar uma recompensa cada vez que você lê x páginas ou faz x desenhos, se dar um episódio de Netflix ou um vídeo no YouTube “de presente” como recompensa pode te levar a um loop de maratona –e não queremos isso (não agora)!

USE: o Goodreads tem um sistema de desafios pessoais, onde você estabelece uma meta e conforme vai lendo, a ~barrinha~ vai aumentando –ele até te fala quando você tá atrasada na meta ou adiantada!

Também é legal fazer uma lista dos livros que você MAIS QUER ler. Essa lista pode ter um livro por mês ou até um livro a cada dois meses, o que te deixar mais confortável.

Tente criar o costume de anotar/marcar suas coisas favoritas dos livros

Tem muita gente que é contra escrever em livro ou fazer marcações com as páginas mesmo, mas eu não sou uma dessas pessoas, então uma das coisas que mais me dá animação pra ler é ir anotando nas páginas a minha reação ou as minhas frases favoritas. Mas, se você é mais conservador com seus livros, pode sempre investir em post-its coloridos ou até mesmo num caderninho pra você colocar todas as suas impressões e coisas favoritas de um livro num lugar que é só seu. 

Carregue sempre um livro com você, não importa onde

Essa dica podia estar conectada com a primeira, já que ter um livro na bolsa é o primeiro passo para fazer da leitura algo encaixado dentro da sua rotina e do seu estado de espírito. Ter um livro na sua bolsa/mochila ajuda esse hábito a se desenvolver de forma muito mais natural, e apesar de ser uma dica bem óbvia, precisa ser reforçada.

Dica dentro da dica: se puder, invista em audiobooks e em assinaturas, como a Audible (se você gosta de audiobooks e consegue entender inglês) e o Kindle Unlimited (que tem livros em inglês e em português), ambos da Amazon, ambos de ótima qualidade.

Fonte: Indiretas do Bem, 9 fev. 2017.