segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Um presente especial para a Biblioteca

Como fechamento de nosso ano tivemos uma doação muito especial em nossa biblioteca. E o mais legal é que ela veio até nós (com muito carinho), direto de Portugal!!! 

Estamos falando do livro infantil “Joquinha na nuvem da Mafalda” escrito pela são-carlense Anne Caroline Soares. 

Nós da Biblioteca expressamos nossa gratidão pelo gesto da autora! Temos certeza que nossos pequenos leitores vão adorar o presente também!

Vale lembrar que o livro já se encontra disponível para empréstimo aqui na Biblioteca!

Conheça a história 
Nesta aventura, o Joquinha será levado até ás nuvens numa bolinha de sabão e lá conhecerá a menina Mafalda e outros fantásticos personagens que enfatizam os valores da amizade, da solidariedade e do respeito.

Conheça a autora
Anne Caroline Soares nasceu em São Carlos - SP. Mudou com os pais e dois irmãos para Portugal quando tinha 14 anos. Formou-se em Comunicação na Escola Superior de Educação de Coimbra. Realiza a hora do conto para crianças e lança agora seu segundo livro infantil “Joquinha na Cidade de Miau”.



domingo, 7 de dezembro de 2014

Obrigado por me salvar

Por Fabrício Carpinejar

"Eu não quero literatura, quero me salvar. A literatura é feita para salvar. Para salvar um amor, salvar uma saudade, salvar uma amizade, salvar uma esperança, salvar um perdão. Salvar, salvar e salvar é o mesmo que dizer: Escreva, escreva e escreva!

O leitor não está sozinho quando lê exatamente o que está sentindo em meus textos. Vejo que não estou sozinho ao sentir exatamente o que o leitor sente."


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O perigo de uma história única

Quando penso no dia 20 de novembro lembro-me de uma lição que aprendi já adulta e que mudou meu modo de pensar. É uma lição que, infelizmente, não aprendi na escola, nem nos livros que até então tive acesso. 
Essa lição eu aprendi por conta própria. Foi quando percebi que eu não era “estranha”, nem “diferente”, nem “feia”, nem tinha cabelo “ruim”. Como aprendi isso? Lendo. Foi lendo sobre “nós” e os “outros” que aprendi que não existe um único modelo de “Ser”. Nós humanos nascemos na diversidade e é ela que nos faz Ser Humano. 

Lembro-me do que aprendi com uma escritora nigeriana Ngozi Chimamanda Adichie: há um perigo numa história única. Quando conhecemos apenas uma versão da história deixamos de perceber a diversidade como algo positivo e passamos a sobrevalorizar e naturalizar uma única versão da história – contada por aqueles que a escreveram. 

Há um ditado africano que diz: “Se o leão pudesse contar sua versão da história...”. Até hoje conhecemos apenas a versão do caçador. Mas o caçador não existe sem o leão certo?
Penso que precisamos, urgentemente, deixar de pensar que somos os únicos e que a nossa versão da história é a “natural”, a “única”, a “verdadeira”. Como fazemos isso? Lendo!!!
O que ganhamos com isso? 
A verdade. Conheceremos a nós e aos tantos outros humanos e assim nos reconheceremos e saberemos quem somos: representantes da espécie humana que é rica por sua diversidade.    
Fica o convite.

Fonte: Texto de Priscila Elisabete da Silva (Doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Mestre em Sociologia - UNESP e Professora Licenciada em Ciências Sociais).


sábado, 8 de novembro de 2014

Livro ilustrado: a arte da narrativa visual

Os livros podem entrar nas nossas vidas mesmo antes que a gente aprenda a ler. São os livros ilustrados, histórias inteiras narradas visualmente, por figuras. 

Então, nossos pais, ou um irmão mais velho, vão nos guiando ilustração a ilustração através da narrativa. Com cada uma delas se  encadeando com a outra vamos construindo os sentidos, a trama, ou mesmo inventando uma nova trama para além do que previa que fez o livro e quem nos conduz página por página. 

Essa talvez seja uma grande riqueza dos livros ilustrados, sem palavras: nós damos às ilustrações nossas palavras, nossa história. E mesmo depois que aprendemos a ler e mergulhamos de cabeça na literatura adulta, feita agora do encadeamento de palavras, ainda  nos encanta a beleza dos livros ilustrados e volta e meia a eles recorremos, ainda que seja junto com uma criança.

Fonte: Blooks Livraria

domingo, 26 de outubro de 2014

Coleção Itaú de Livros Infantis - 2014

Leia para uma criança
#issomudaomundo

É com essa mensagem que o Itaú dá início a campanha "Leia para uma criança" 2014. Confira os títulos selecionados este ano e corra garantir a sua! 

Gato pra cá, rato pra lá
De Sylvia Orthof

Se alguém for procurar uma grande história, neste livro, não vai encontrar. Ele resolveu escolher o caminho do singelo, e livro, se a gente não deixar ele ser como ele cisma, fica amarrado. Acho que esta história é pra ler pouco e imaginar muito.







Papai!
De Philippe Corentin

À noite, criança dorme? Nem sempre. Às vezes, na hora do descanso, ela quer os pais por perto. Pois monstros, fantasmas e similares habitam o quarto e provocam pesadelos. É difícil de distinguir o sonho da realidade. Por isso, pede socorro. E não é só a mãe que aconchega e acalma. A presença protetora e corajosa do pai é sempre bem-vinda.


Peça sua coleção gratuitamente através do site Itaú Social!

Fonte: Site Itaú.

sábado, 11 de outubro de 2014

Era uma vez...

A contação de histórias amplia nosso universo simbólico, facilitando a compreensão de aspectos da realidade enquanto mantém vivo o interesse por mitos, fábulas e textos literários.

Era uma vez uma menina tímida e de bochechas rosadas que, desde pequena, aprendeu a gostar muito de histórias. O pai, de poucas palavras, vivia com jornais e romances na mão. Dele, muitos anos depois, ela herdaria vários títulos da literatura universal em edições com capa dura do Círculo do Livro: Antônio Callado, Julio Cortázar, William Faulkner, entre outros. Mas quem levava jeito para contar as narrativas que estavam nos livros, antes que a menina tivesse aprendido a ler, era a mãe. Buscava inspiração nas coleções que reuniam os contos de Hans Christian Andersen e dos irmãos Grimm, além das Fábulas do Esopo. Completavam o repertório os vinis coloridos da coleção Disquinho, que traziam histórias como A Formiguinha e a Neve e Os Três Porquinhos, interpretadas por atores e musicadas por João de Barro.

A partir dos 6 anos, a menina começou a passar as férias na casa da avó e dos tios paternos no sul de Minas Gerais. Ali, entre biscoitos de polvilho e nacos de pamonha, sentava-se no alpendre com os adultos e se punha a escutar, boquiaberta, os causos que as visitas tinham para contar. Havia sempre um vizinho que, em noites bem escuras, jurava ter visto a mula sem cabeça ou o lobisomem em seu quintal. Não faltavam anedotas típicas de cidades do interior, com personagens curiosos e situações surreais, nem conversas sobre mirabolantes tramas familiares. "Como cabe tanta história no mundo!", pensava a menina, com a imaginação povoada por cenas e seres incríveis.

O tempo passou, vieram livros de Monteiro Lobato e Marcos Rey, além de tantas descobertas. O tempo passou mais um pouco e a menina acabou se tornando adulta. Enveredou pelo jornalismo, pelo teatro e pela literatura. De um jeito ou de outro, contava histórias, é verdade, mas faltava aquela magia vivenciada gostosamente na infância. Certo dia, descobriu o evento Boca do Céu, um encontro internacional de contadores de histórias, idealizado pela artista e educadora Regina Machado, professora da Universidade de São Paulo, e realizado a cada dois anos na capital paulista desde 2001. Há 35 anos Regina pesquisa o universo da narração de histórias, em especial os contos de tradição oral, e é uma exímia - e apaixonada - contadora.

Empolgada com as oficinas de que participou no Boca do Céu e por ter escutado ao vivo alguns dos grandes contadores brasileiros, como Giba Pedroza, de São Paulo, e o carioca José Mauro Brant, a menina-já-adulta quis entender melhor os segredos e o fascínio da arte de narrar em público. Na conversa com Regina, descobriu por que mitos ancestrais, lendas, fábulas e contos de fada ajudam a explicar simbolicamente o mundo, oferecendo ao ouvinte outras possibilidades de compreensão de si mesmo e da realidade. Ao ganhar vida por meio da oralidade, essas narrativas mexem com a fantasia e a memória de cada um, atiçando os sentidos e trazendo à tona imagens muito particulares. "Vivemos num mundo em que a alma das pessoas está completamente seca, por isso precisamos de histórias e mais histórias", disse a educadora.

Comunhão

Não basta, porém, apenas um bom repertório de contos para virar um contador. "É uma arte como qualquer outra; demanda talento, técnica, trabalho, paciência e - por que não? - aprendizado pessoal. Para que você conte bem, precisa deixar que as histórias a transformem", ensinou Regina. Não fazem falta artifícios teatrais; afinal, a respiração, os gestos, o olhar, a voz e sobretudo a própria história são os principais recursos do contador. A narração pode se tornar uma experiência ritualística, de comunhão, da qual os ouvintes participam como interlocutores e cúmplices. Se analisarmos as culturas tradicionais, veremos que a figura simbólica do contador de histórias sempre esteve presente, como o responsável por transmitir conhecimentos e manter viva a memória coletiva. Os contadores de hoje são herdeiros dessa antiga prática.

A menina-já-adulta partiu, então, em busca de outras inspirações. Foi passar uns dias em Cordisburgo, no sertão mineiro, terra natal do escritor Guimarães Rosa (1908-1967). Lá conheceu o comerciante José Osvaldo dos Santos, o Brasinha, proseador dos bons, sabedor de inúmeros causos e fã das histórias do conterrâneo ilustre. Todos os anos, durante a chamada Semana Roseana - sete dias de eventos e atividades dedicados ao escritor -, Brasinha lidera a caminhada ecoliterária que percorre os lugares retratados por Rosa em sua obra, narrando trechos de Grande Sertão: Veredas e alguns de seus contos. Os textos roseanos, cujo primoroso estilo reproduz o linguajar sertanejo, se tornam mágicos quando escutados em voz alta.

Tais textos também ganham frescor na voz dos meninos e meninas do Grupo Contadores de Estórias Miguilim. Criado em 1995 pela médica Calina Guimarães, prima do escritor, e coordenado pelas contadoras Elisa Almeida e Dôra Guimarães, de Belo Horizonte, o grupo reúne narradores entre 10 e 18 anos, da própria Cordisburgo. Estão sempre no Museu Casa de Guimarães Rosa à espera dos visitantes. 

Atualmente, são 18 "miguilins" e outros 28 se encontram em formação. O responsável por eles é Fábio Barbosa, funcionário do museu e integrante da primeira turma de contadores. Com sua fala mansa e cadenciada, Fábio emocionou a menina-já-adulta ao narrar o conto "Soroco, sua mãe e sua filha" na desativada estação de trem da cidade. Mais tarde, na companhia de Brasinha e à beira do Córrego do Onça, outras lágrimas vieram ao escutar a miguilim Carol narrando o primeiro encontro de Riobaldo e Diadorim, uma das passagens mais lindas da obra-prima de Rosa.

Curiosamente, esse foi o primeiro texto do escritor narrado por Elisa Almeida, a "madrinha" dos miguilins. Psicóloga infantil, por influência da antroposofia decidiu usar contos de fada - traduzidos da versão original - no atendimento a crianças. A descoberta foi tão prazerosa que Elisa abandonou gradativamente a atividade clínica e passou a se dedicar à narração oral e à realização de oficinas - e isso há mais de 20 anos. "A troca entre o narrador e o ouvinte, por meio da imaginação, sempre me instigou", disse Elisa, cujo repertório é formado por textos literários. "O contador entrega ao público as imagens que a história lhe suscita e cada pessoa as recebe de um modo, fazendo suas próprias ligações. É muito emocionante."
Uma lembrança puxa a outra, e a menina-já-adulta se recordou daquele dia em que esteve na praça principal de Villa de Leyva, uma cidadezinha histórica da Colômbia, e viu um rapaz se instalar, com seu banquinho, diante da escadaria da catedral. Pouco a pouco, as pessoas se sentaram por ali. Meia hora depois, com desenvoltura e bastante empolgação, o homem começou a narrar histórias diante de uma atenta plateia. Logo descobriu que se tratava de um cuentero: figura popular em vários países latino-americanos, ele mantém viva a tradição de desfiar seus contos em espaços públicos.

Pura fantasia

Durante o período que viveu em Barcelona, Espanha, a menina-já-adulta teve a oportunidade de conhecer um experiente narrador colombiano: o Alekos de la Sierra, também músico e artista plástico. Neto de uma pitoresca contadora de histórias e desde cedo envolvido com trupes artísticas, ele descobriu sua verve de cuentacuentos durante um curso coordenado por um narrador cubano, em 1988. Enamorou-se de tal forma da atividade que nunca mais a deixou. Além de apresentações em escolas e centro culturais, Alekos participa do festival anual de narração oral realizado na capital catalã, o Munt de Mots (Monte de Palavras), que vai para a quarta edição. Usa contos tradicionais latino-americanos, textos de autor e anedotas próprias.

"O momento da contação é de pura fantasia: acontece em outro espaço - não mais o espaço real - e abre as portas para um estado transcendente", disse. O narrador Alekos roda a Espanha apresentando um de seus espetáculos mais famosos: Inutensílios. Ele recria, com pequenas esculturas feitas de material reciclado, um povoado mítico habitado por uma dezena de personagens. Enquanto manipula os objetos, o artista conta as fantásticas histórias daquela gente e daquele lugar. Pura poesia.

Ainda na Catalunha, a menina-já-adulta conviveu com muitos outros contadores, como os catalães Albert Marqués, mais conhecido como Ós Mandrós, e Marga Socies, que circula pelas escolas locais com seu fantástico livro de histórias, cheio de desenhos e segredos, relatando as peripécias dos principais personagens dos contos infantis depois do letreiro "fim". Com tão boa influência, nossa protagonista finalmente deu seus primeiros passos na arte. Durante quatro meses, uma vez por semana, contou histórias para uma pequena turma de 14 crianças, na maioria imigrantes entre 10 e 11 anos, em uma escola em Badalona, grande Barcelona. Uma experiência, para ela, inesquecível!

Era uma vez, então, uma menina que, enquanto crescia, enchia sua maletinha com contos aprendidos e outros inventados. Em suas aventuras, lidou com dragões e serpentes, apaixonou-se por muitos príncipes e até voou com as borboletas. Até que, um dia, já grandota, falou uma frase mágica e... não parou mais de contar histórias. E, assim, viveu feliz para sempre.

Fonte: Revista Vida Simples, edição 130, de 1 abril 2013. Texto de Maria Fernanda Vomero (contadora de histórias desde sempre).

sábado, 13 de setembro de 2014

Iguatemi recebe Feira Cultural do Livro Infantil


Doce cultura!!

Neste espaço especial de incentivo à leitura, o preço dos livros varia de R$ 3 a R$ 59, e há várias atividades culturais para a criançada

A partir de sábado, (6) até o dia 12 de outubro, o Shopping Iguatemi São Carlos conta com um espaço todo especial de incentivo à leitura e à imaginação. É a Feira Cultural do Livro “Doce Cultura”, que terá grande variedade de títulos infantis e infanto-juvenis a preços acessíveis.

De livrinho a livrão, na feira a criançada poderá encontrar tanto as fábulas e histórias tradicionais, como livros interativos, de atividades, de pop-up e outros mais. Os preços variam de R$ 3 a R$ 59,90. Para os adultos não ficarem de fora enquanto a garotada escolhe suas histórias favoritas, alguns títulos, como de culinária, também estarão disponíveis.

Além da feira, todos os sábados e domingos o espaço contará com uma programação cultural diferente. Contadores de histórias, apresentação de palhaços e oficina de malabares são algumas das atividades que prometem entreter os pequenos, despertando a criatividade e a imaginação.

O evento é gratuito e será realizado na Praça de Eventos do Shopping, de segunda a sábado das 10h às 22h e aos domingos das 14h às 20h.

O que? Quando? Onde?

Feira do Livro Infantil “Doce Cultura”

Data: 6 de setembro a 12 de outubro

Horário: Segunda a sábado das 10h às 22h e domingos das 14h às 20h

Local: Praça de Eventos

Atividades Culturais

13/09 e 14/09 às 16h: Contação de Histórias

20/09 às 15h: Apresentação de Malabares

21/09 às 14h: Oficina Circense

04/10 às 15h: Show de Mágica (2 Artistas com Skyrunner)

05/10 às 16h: Apresentação de Palhaços

11 e 12/10 às 16h: Caricaturas e Retratos com Eduardo Vetillo

Gratuito

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Lugares para ler

Cinco obras-oficinas da artista Stela Barbieri convidam crianças e adultos a conviver e participar ativamente dos trabalhos  

Lugares é um projeto da artista e educadora Stela Barbieri a ser realizado concomitantemente em três unidades do SESC São Paulo. É composto por cinco obras-oficinas que convidam crianças e adultos a conviver e participar ativamente dos trabalhos. Lugares são espaços que unem o fazer ao perceber. Lugar para ler é uma obra-oficina de múltiplas leituras. Os visitantes, além de entrarem em contato os livros de artista de Stela Barbieri ali expostos, podem ser autores de suas próprias narrativas.
Nesse espaço são oferecidos diversos recursos plásticos para que todos criem seus livros e cadernos, que farão parte dessa biblioteca em construção. Lugar para criar espaços é um convite para as pessoas interagirem com o ambiente. Os elementos ali presentes, como as varas de madeira e cabaças, podem ser usados para desenhar no espaço, criando cantos, formas e aberturas. Crianças e adultos poderão construir diferentes configurações e alterar as maneiras de se relacionar com esse lugar.

Visitação até 9/11. GRÁTIS. Livre! 

Agendamento de grupos: agendamento@scarlos.sescsp.org.br

Para mais informações acesse o site.

Fonte: Portal SESC.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Barganha literária está de volta em São Carlos


A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Educação e do SIBISC (Sistema Integrado de Bibliotecas do Município de São Carlos), volta a realizar a Barganha Literária. O evento acontece no dia 31 de agosto das 8h30 às 12h30, no Monumento Anita Garibaldi na Praça Coronel Paulino Carlos de Arruda Botelho. Toda a comunidade está convidada a participar.

A Barganha Literária é um Projeto de Incentivo à Leitura do SIBI de São Carlos, que será realizado na Praça, na maioria das vezes, no último domingo de cada mês, nos dias 31 de agosto, 28 de setembro, 26 de outubro, 30 de novembro e 14 de dezembro.

A diretora do Departamento do SIBI, Daniele Ferreira Furlan, contou que também são realizadas as Barganhas Literárias Itinerantes. “Elas acontecem sempre que somos convidados a participar de comemorações, datas festivas e eventos em vários locais da cidade”, explicou ela.

As datas da Barganha Literária Itinerante definidas até o momento são dia 30 de agosto na Escola do Futuro da EMEB Carmine Botta e no dia 6 de setembro no CEMEI Deputado Vicente Botta. 

A diretora explica que a barganha é feita para todas as idades, por isso é disponibilizado ao público uma grande variedade de assuntos. “O objetivo principal do evento é a oportunidade da troca de até cinco exemplares por outros, por exemplo, livro por livro, revista por revista ou gibi por gibi”, explicou Daniele.

A equipe do SIBISC é responsável pela organização das Barganhas assim como as atividades culturais apresentadas em cada edição. 

Fonte: Portal Prefeitura de São Carlos

domingo, 3 de agosto de 2014

10 livros para se apaixonar pelo protagonista

Uma seleção de grandes personagens criados sob medida para os corações românticos

Convenhamos: quando o herói da história é interessante, o romance nos cativa muito mais. Às vezes, até demais! Quem já sonhou acordada com o Mr. Darcy sabe bem do que estamos falando. Ops, você não sabe quem é esse tal de Darcy? Pois está na hora de conhecer esse e outros grandes - e apaixonantes - homens da literatura brasileira e mundial. Você não vai querer largar os livros...

1. Heitor, de A Ilíada (Autor: Homero)

Você poderia ficar do lado de Aquiles na batalha final. Mas não ficará. Heitor é viril, corajoso, forte, bom marido... enfim. Motivo mais que suficiente para torcer por Troia. E para encarar o poema épico de Homero, que está longe de ser uma leitura fácil, mas vale a pena por seu valor histórico e cultural. Nela estão muitas das mitologias inseridas hoje no nosso cotidiano (já ganhou um "presente de grego"?), além desse homem ma-ra-vi-lho-so. Se puder, leia na versão de Haroldo de Campos, um clássico da tradução brasileira.

2. Tristão, de Tristão e Isolda (
Autoria anônima)

Sim, ele toma uma poção e só por isso se apaixona pela princesa Isolda. Mas esse detalhe mínimo não tira o romantismo do cavaleiro Tristão, irreversivelmente apaixonado e condenado a viver um amor clandestino. Para completar, o bonitinho é esperto, leal e bom de briga - calma lá, ele não é violento nem pratica bullying; lembre-se de que estamos falando da Idade Média na Grã-Bretanha. Esse mito de provável origem celta foi contado e recontado muitas vezes e não pode deixar de passar pela cabeceira da sua cama. Ler Tristão é garantia de doces sonhos.

3. Romeu, de Romeu e Julieta (
Autor: William Shakespeare)

Ok, alguns diriam que o doce Romeu é um tanto quanto volúvel, já que de manhã está doidinho por uma - a Rosalina - e, à noite, cai de amores pela Julieta. "Meu coração amou até agora?", questiona o jovem ao ver a nova amada. E, junto com ele, concluímos que não, que ele não havia amado até então. Ninguém, aliás, parece amar tão pura e abertamente quanto Romeu e Julieta, o casal-ícone do romantismo e inspiração para trocentas mil outras obras. A peça escrita pelo bardo inglês no final do século 16 é imperdível porque 1) tem texto lindamente poético; 2) talvez seja a mais bela e triste saga de amor; 3) o Romeu é um fofo.

4. Petruchio, de A Megera Domada (
Autor: William Shakespeare)

O refinamento não é o seu forte. Esse verdadeiro exemplo de que "os brutos também amam", porém, conquistará a sua simpatia. Ele sabe, como nenhum outro, domar com jeitinho uma mulher - no caso, Katherina, a "megera" do título. Se nunca leu a peça, mas está reconhecendo o enredo, talvez você tenha assistido à novela O Cravo e a Rosa, da Rede Globo, livremente baseada na obra de Shakespeare. Embora o ator Eduardo Moscovis tenha encarnado um bom Petruchio, porém, isso não é desculpa para não ler o texto - ainda mais na divertida tradução de Millôr Fernandes.
 
5. Visconde de Valmont, de As Ligações Perigosas (Autor: Pierre Choderlos de Laclos)

Quem tem séria vocação para "mulher de malandro" deve tomar duas providências: 1) ler As Ligações Perigosas e 2) procurar ajuda. Ou vice-versa. É por esse romance epistolar - composto apenas por cartas - do fim do século 18 que circula a figura inesquecível do Visconde de Valmont, já retratado algumas vezes no cinema. Sabe aquele homem de quem todas as mulheres falam (mal), mas que todas querem conhecer (bem)? Manipulador e esnobe, esse nobre cavalheiro pode virar a sua cabeça. Cuidado.
 
6. Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito (Autor: Jane Austen)

Ah, Mr. Darcy. Com quantas outras será que eu divido você? Não importa. O bom de ser personagem é existir em muitas imaginações ao mesmo tempo, e com a mesma força - ainda mais quando se é uma espécie de parâmetro do homem ideal. E bota ideal nisso: inteligente, rico, bonito e, vá lá, um tanto orgulhoso. Mas Lizzie, a heroína desse clássico publicado no início do século 19, saberá despertar a sua humildade. Darcy forma com Mr. Knightley (Emma), Coronel Brandon (Razão e Sensibilidade) e Capitão Wentworth (Persuasão) o time dos sonhos de Jane Austen, que, infelizmente, morreu solteira - com esses homens, também, quem ia querer um de verdade.
 
7. Edward Rochester, de Jane Eyre (Autor: Charlotte Brontë)

De início, ele assusta. Depois, dá raiva. Por fim, você e a governanta Jane Eyre estarão no mesmo beco sem saída: nutrindo um amor eterno por esse homem excêntrico e sofrido, que se deixa conhecer aos poucos. Um passado escondido a sete chaves apimenta a intriga criada por uma das irmãs Brontë, publicada em pleno conservadorismo da Inglaterra vitoriana de 1847. É o livro perfeito para quem gosta de personagens fortes, mistério e romance, mas nada açucarado demais.
 
8. Heathcliff, de O Morro dos Ventos Uivantes (Autor: Emily Brontë)

A irmã de Charlotte também criou o seu homem dos sonhos - e, honestamente, também de pesadelos. Heathcliff cultiva uma obsessão por Catherine, sua irmã postiça, e é rude, estranho e temperamental. Ainda assim, porém, há algo nele de extremamente irresistível. Afinal, trata-se de um homem fiel ao seu amor e que, apesar de todos os obstáculos, consegue dar a volta por cima na vida. E agora chega de falar! O Morro dos Ventos Uivantes é para ser lido, degustado, sentido. Você vai ver.
 
9. Fernando Seixas, de Senhora (Autor: José Alencar)

Missão: convencer uma adolescente a ler José de Alencar. Solução: Fernando Seixas. Ele é ambicioso, fútil e esnobe. Mas... O futuro se encarregará de eliminar cada uma dessas características, deixando apenas as boas: modos sofisticados, porte elegante, carisma pra dar e vender. Publicada em 1875, essa é a história da vingança de uma mulher rejeitada, Aurélia, que não sossegará até deixar Fernando ao seus pés - literalmente. Ui, imperdível.
 
10. Capitão Rodrigo, de O Tempo e o Vento (Autor: Érico Verissimo)

Quem disse que só Crepúsculo tem um bonitão sexy e de bom caráter? Esqueça os vampiros (já deu, né?) e venha para o fabuloso Rio Grande do Sul contado por Verissimo, que nos presenteou com um herói boa pinta, valente e danadinho na medida certa. Personagem-título de Um Certo Capitão Rodrigo, parte da saga gaúcha O Tempo e o Vento, Rodrigo Cambará apaixona-se por Bibiana Terra, mostrando que o amor é capaz de transformar até o mais sem vergonha dos corações. Ter sido interpretado pelo ator Thiago Lacerda também não lhe fez mal algum.
 
Fonte: Educar Para Crescer. Texto de Cynthia Costa.

terça-feira, 8 de julho de 2014

A literatura não tem de partir dos clássicos

Há mais de dez anos, ao mediar uma oficina de leitura e escrita, um voraz leitor de Harry Potter me perguntou: “Qual é o autor menos chato: Machado de Assis ou José de Alencar?” A questão me intrigou: o que acontecia nas aulas de literatura daqueles estudantes para que os dois autores fossem considerados “chatos”? Durante oito anos investiguei, por meio de questionários e entrevistas com mais de 80 professores e 290 alunos, suas práticas de leitura literária.

O cenário é preocupante. Na maioria das aulas, o trabalho com o texto é substituído pela memorização dos períodos históricos literários e das características de época. Além disso, a leitura dos clássicos, difícil sem uma mediação adequada, dá lugar à leitura de resumos, que obviamente não dão conta dos romances estudados.

Por outro lado, a pesquisa constatou que os alunos leem! Talvez não aquilo que seus professores gostariam, mas o que lhes interessa: livros de aventura, cheios de ação, que dão origem a seriados, filmes e videogames e livros românticos, que as meninas devoram rapidamente. Essa “literatura de entretenimento” fica fora da sala de aula, sem direito a discussão ou reflexão.

Um primeiro passo para formar leitores críticos seria trazer a literatura de entretenimento para dentro da sala de aula. Trabalhar com o relato dessas leituras, debater a estrutura das narrativas, discutir seu apelo e sua recepção. É preciso partir do que os alunos leem para construir um repertório em comum.

Depois disso, o segundo passo seria tomar espaço durante as aulas de português para a leitura de textos literários do cânone escolar. Ao contrário do que pensam muitos professores, ler em sala não significa “perda de tempo”. Diversas pesquisas indicam que a prática da leitura — tanto a conjunta, em voz alta, como a silenciosa e solitária — incentivam a formação de jovens leitores.  Quando professor e alunos planejam e preparam a leitura de um livro, desvendando um texto, uma interpretação coletiva é construída e uma comunidade de leitores pode surgir. Essas comunidades são a base para o alargamento dos horizontes de seus integrantes. Talvez aí Machado e Alencar possam deixar de ser “chatos”...

Ao pensar sobre o ensino como uma prática da leitura literária, poderemos garantir a nossos alunos uma porta de entrada para a leitura de textos mais complexos e para essa nossa grande herança, o mundo da cultura escrita.

Fonte: Revista Galileu, Texto de Gabriela Rodella, Foto de Nik Neves/ Editora Globo.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo tem nomes confirmados

“Livro é tão bom que deveria ser elogio. Tipo: ‘você é tão livro’”. A frase, de autoria desconhecida, é simples, direta e verdadeira. A leitura é uma das principais fontes de cultura e sabedoria. Por isso, não dá para perder a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo que, neste ano, acontece entre 22 e 31 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi, com ingresso até R$ 14.

Nesta edição, foi firmada uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Serviço Social do Comércio (SESC), sendo que este último fica responsável pela programação cultural dos espaços: Salão de Ideias, Espaço Imaginário, Anfiteatro e Bibliosesc.

São muitas as atrações. Dentre as confirmadas, está a presença do escritor João Ubaldo Ribeiro, que fala sobre o processo de criação literária da atriz/escritora Fernanda Torres no seu livro de estreia, “Fim”. Também participam da Bienal os escritores Xico Sá e Antônio Prata, em um bate-papo que discute o uso da ironia na arte da crônica.

No anfiteatro do espaço, o público pode aproveitar shows musicais, espetáculos de teatro, circo e dança e sessões de cinema. Na área musical, artistas foram associados a alguns dos arquétipos que povoam nosso imaginário. Dentre eles, “Zélia Duncan, a Amazona” e “Lirinha, o Trovado”.

Dentre as atrações internacionais, estão confirmadas as presenças do premiado autor norte-americano Harlan Coben, mestre dos romances de mistérios; Cassandra Clare, autora da série de livros best-seller “Os Instrumentos Mortais”; além de Ken Follet, Sally Gardner e muitos outros.

E não para por aí. De acordo com a presidente da CBL, Karine Pansa, a grande novidade deste ano é que o público poderá usar o cartão Vale-Cultura, do Governo Federal, para adquirir o ingresso para o evento. E ela deixa o recado: “a leitura tem o poder de transformar uma sociedade. Portanto, vale a pena prestigiar a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo”.

A programação completa você pode conferir no site da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Anote na agenda!!!

O QUE
23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
QUANDO:
Dom 31/08
das 10:00 às 21:00
de 22 a 30/08
Segundas, Terças, Quartas, Quintas e Sextas das 09:00 às 22:00
Sábados e Domingos das 10:00 às 22:00

QUANTO
Sexta, sábado e domingo: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia-entrada) / Segunda, terça, quarta e quinta: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia-entrada)

ONDE
Pavilhão de Exposições do Anhembi
http://www.anhembi.com.br/
Avenida Olavo Fontoura, 1209
Santana - Norte
São Paulo

Fonte: Catraca Livre

domingo, 25 de maio de 2014

O Quixote da poesia

Com uma editora de livros artesanais e um clube literário, o editor Vanderley Mendonça fez da literatura a sua missão

Em um salão no centro de São Paulo, Vanderley Mendonça demonstra o funcionamento de uma prensa manual Heidelberg, de 1886, quase toda de peças originais alemãs, reunidas ao longo de anos de aplicação. Na sala ao lado, outras máquinas raras convivem com impressoras modernas, todas usadas pelo editor para fazer seus livros laboriosamente artesanais.

Cearense de origem, criado em Brasília, Vanderley já foi chamado de Dom Quixote da poesia. O catálogo do seu selo, o Demônio Negro, justifica a fama: publicou obras de autores como Joan Brossa e Rubén Darío, brasileiros como o quase esquecido Sousândrade, e poetas contemporâneos, como Horácio Costa. São belas edições em capas de tecido, em grande parte compostas por antigos processos de impressão.

O amor pela literatura o levou a estudar design de livro, tipografia e colorimetria em Portugal, na Espanha, nos EUA e na Alemanha. Em 2006 essa peregrinação resultou na impressão do primeiro livro, Doze, coletânea de autores amigos. Logo depois surgiria o nome do selo: "Me veio à mente o nome Demônio Negro, derivado de Dimoni Negre, dos idiomas catalão ou valenciano, línguas das quais sou tradutor." 

Em janeiro deste ano, Vanderley decidiu colocar em prática outro de seus projetos, o de um clube literário. Deixou emprego em uma multinacional holandesa, na qual trabalhou por 15 anos, e abriu a Hussardos, um empreendimento tão inédito quanto ousado: mistura de livraria temática, espaço para encontros, saraus, cursos e lançamentos, ainda abriga oficina para livros, café e rádio de internet para convidar músicas. O nome do clube vem de outra séria paixão, a esgrima, de que Vanderley é campeão brasileiro e sul-americano. Os hussardos eram a cavalaria ligeira e "exímios esgrimistas, conhecidos no período das conquistas de Napoleão", explica. No local, vê-se três floretes de treino, cruzados como no célebre gesto dos mosqueteiros de Alexandre Dumas: tudo lá remete à literatura.

Fonte: Revista Vida Simples edição 144/maio 2014, p. 11. Texto de Dirceu Villa, Ilustração de Indio San.

domingo, 18 de maio de 2014

Livros querem ser livres

Conheça quatro projetos que defendem que o acesso a livros pode – e deve – existir muito além das paredes de bibliotecas e escolas.


E quem disse que lugar de livro é na prateleira? Os livros podem estar por aí, espalhados entre calçadas, cafés, teatros, estações de metrô e até em Centros de Saúde. Melhor que procurar por eles, no entanto, é "abandonar", "esquecer" ou "libertar" aquele livro já lido, talvez até empoeirado na estante, para que mais pessoas o leiam - e passem a história para frente depois de terminar.

Conheça 4 projetos que levam a ideia a sério - podendo até mesmo promover outras formas de arte para além da literatura. 

1. Bookcrossing
A ideia surgiu em 2001 nos Estados Unidos e consiste em trocas informais de livros em lugares públicos: depois de lidos, os volumes são deixados em locais tão diferentes quanto cafés e aeroportos. Outra pessoa lê o livro e, de novo, o deixa em um lugar diferente para que o ciclo se repita. Este ‘deixar’ de livros - ou "libertações", nas palavras de Helena Castello Branco, coordenadora do movimento no Brasil - são feitos em postos de BookCrossing espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Heather Pedersen, uma das fundadoras do projeto, calcula que, em treze anos de existência, o BookCrossing soma cerca de dez milhões de livros circulando pelas mãos de mais de um milhão de bookcrossers em 132 países. "O mais interessante é poder saber o paradeiro dos livros conforme eles viajam", sublinha Pedersen. Isto é possível através do código que cada livro recebe quando é cadastrado no website do projeto: através dele, dá para ver por quais cidades e países o livro viajou e quantas pessoas o leram. 

2. Atentado Poético
Nascido como um meio de se "abandonar" livros por Belo Horizonte, o projeto existe há onze anos e hoje envolve outras formas de arte além da literatura. A iniciativa partiu dos alunos da Fundação Torino, na capital mineira. Daniela Mendes, professora de Língua Portuguesa e coordenadora do projeto, conta que inicialmente a ideia era deixar livros em praças e outros espaços públicos de BH para que os passantes se apropriassem deles e os lessem. "Os livros eram deixados com uma dedicatória falando sobre o projeto e encorajando a quem os encontrasse a também os abandonar pela cidade depois de lê-los", conta Daniela. Ela calcula que mais de 3500 livros de literatura infanto-juvenil tenham sido ‘abandonados’ pela cidade nestes onze anos.

Hoje o ‘Atentado’ transformou-se em um evento que une a comunidade belo-horizontina a alunos e professores da Fundação uma vez por ano. Neste encontro acontecem oficinas que privilegiam várias formas de arte para além da literatura. 

3. Esqueça um Livro
Inspirado pelo BookCrossing, o Esqueça um Livro é uma forma de promover o ‘desapego literário’, como conta Felipe Brandão, criador do projeto. "Comecei a deixar os livros em alguns lugares por onde passava e criei uma página no Facebook para registrar esses ‘esquecimentos’ para estimular os amigos a fazerem o mesmo. Muita gente gostou da ideia e começou a ‘esquecer’ suas leituras também", completa. A página do Esqueça já tem mais de 19 mil curtidas no Facebook e, segundo calcula Brandão, com a ajuda de amigos e fãs do projeto, mais de mil livros já foram esquecidos.

Para sinalizar que estão em circulação, os livros podem receber uma dedicatória ou um marcador de página explicando que foram ‘esquecidos’ para que quem o encontre o leia - e volte a ‘esquecê-lo’ para levar o ciclo adiante. E isso independe da cidade onde a pessoa está: basta tirar o livro lido da estante e passar para frente. "O legal é que cada pessoa ‘esqueça’ seus livros na cidade onde está para que a leitura se espalhe", observa Brandão.

4. Amigo Livro entre crianças

Você também pode organizar entre os amigos do seu filho uma troca divertida. É uma ideia bem simples para incentivar a leitura e promover o encontro da turma. Veja a sugestão da dinâmica:

1) Cada criança traz um livro, coloca na mesa e ganha um número.
2) A criança número 1 escolhe um livro.
3) A próxima pega outro livro ou "rouba" da anterior
4) Quem for roubado escolhe outro livro - menos o que acabou de perder.
5) A brincadeira termina quando todos tiverem um livro. Cada livro só pode ser roubado três vezes.
 
Fonte: Educar Para Cresce,  Maio 2014, Texto Meghie Rodrigues.

domingo, 11 de maio de 2014

Leitura de imagens

Fotógrafa se licencia do emprego para flanar por aí e registrar pessoas comuns lendo livros em países de língua portuguesa
 
No banco da praça, no metrô, no café, alguém lê um livro. Esse é o tema do blog Acordo Fotográfico, da livreira Sandra Barão Nobre, de Portugal. Durante o dia, flanando pela cidade do Porto ou qualquer outro lugar, ela observa homens e mulheres virando páginas, fotografa-os e os aborda, a fim de ouvir o que estiverem dispostos a contar.
 
Visite o site e conheça o projeto! ;)




Fonte: Revista Vida Simples Edição 143, Abril 2014, p. 14. Texto de Viviane Zandonadi.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Contar histórias na escola

Ouvir histórias, desde os tempos mais remotos, leva as pessoas a se nutrirem de imaginação e fantasia, alimentos que parecem invisíveis e pouco importantes na vida cotidiana, mas que estão intrinsicamente presentes em cada pessoa durante o seu dia.

Da vida para a escola, esse microcosmo social, o contar histórias tem sido utilizado como estratégia pedagógica para formar leitores no meio escolar. Mediada pelo professor ou pelo bibliotecário escolar, a história contada ou lida diretamente do livro estimula a fantasia infantil e essa é uma das maneiras de a criança elaborar o mundo a sua volta, principalmente, o mundo que está dentro dela mesma e que ainda não compreende na totalidade.

Nesse caso, a história auxilia o amadurecimento psicológico da criança, ajuda-a na compreensão de suas emoções e, portanto, a lidar melhor com elas e com o meio que a rodeia.

A escola, ainda que existam críticas a respeito da condução da leitura em seu meio, continua a ser uma das principais promotoras da formação de leitores, em larga escala, no Brasil, daí a importância pedagógica de se oferecer Hora do Conto no espaço escolar.

Ao se optar pela Hora do conto na escola como procedimento pedagógico para formar leitor, a escola reflete: por que contar histórias aqui? A resposta a essa pergunta desvela a concepção que a escola tem a respeito de formar leitores. Essa missão, na escola, não é apenas do professor de sala de aula, mas de toda a estrutura escolar, pedagógica e administrativa, que deve corroborar para isso.

No âmbito pedagógico, por exemplo, devem estar em consonância professores e coordenação pedagógica que, por extensão, estão intimamente ligados à direção da escola. Assim, cada setor em sua instância trabalhará em prol da formação de leitores: desde a organização do projeto político escolar, passando pelas intervenções pedagógicas ao espaço destinado à leitura na escola.

Na convivência com a leitura, cabe à escola oportunizar ao seu aluno momentos orientados pelo adulto de forma sistemática e momentos livres em que o aluno busque a leitura espontaneamente, sem a tutela do professor, ou bibliotecário escolar. Aliado a tudo isso, a biblioteca escolar deve ser acessível, com acervo e mediação disponíveis para todos da escola.

A coexistência de atividades programadas, como é o caso da Hora do Conto, e momentos livres é perfeitamente compatível quando se propõe a formar leitor na escola, pois a compreensão disso é fundamental para o êxito da proposta, uma vez que a leitura é algo íntimo, mexe com aspectos psicológicos internos que precisam de tempo ocioso para serem processados.

Portanto, ao almejar que a criança se transforme em leitora, não convém transformar os momentos de encontro com a leitura, em especial na Hora do Conto, num compêndio de atividades para inculcar preceitos morais, regras ortográficas, geográficas e qualquer outra prática escolarizante.

Compreender que as histórias ensinam por si mesmas e que cada criança, de acordo com seu desenvolvimento pessoal, apreende aquilo que pode apreender no momento, pois na infância é o envolvimento da criança com a leitura que trará benefícios e isso se dá sem que ela perceba, pois foi envolvida pela ficção, pela fantasia.

Para estimular a imaginação infantil, a história deve, predominantemente, se instalar na imaginação e no coração da criança, ou seja, razão e emoção, pois é uma mudança interna, demorada, contínua. Assim, trabalhos como desenhos, pinturas, ou redações após a Hora do Conto apresentam uma parte externa e que, nem sempre, é o substancial na formação da criança. O que a história contribui para cada criança não é visível a olho nu, imediatamente, mas contribuirá para seu amadurecimento como pessoa ao longo de sua vida.

Àquele que deseje contar histórias na escola, professor de sala de aula ou professor da biblioteca ou bibliotecário escolar é preciso refletir que:

- você deve ser o primeiro a gostar da história que vai contar. Se a história lhe emocionar, ao contar, também emocionará seus alunos.

- leia a história antes, ao ponto de ter intimidade com ela, com a escrita, de modo que, ao lê-la, seja natural e, portanto, fique agradável e claro para a criança que ouve.

- cada contador tem sua maneira de contar, encontre a sua em cada história que contar. Você deve ser a primeira pessoa a se sentir bem ao contar a história.

- ao iniciar com turmas novas que talvez não tenham a convivência com atividade de Hora do Conto, procure estabelecer uma rotina para a contação de histórias, principalmente nos dois primeiros meses, para que a criança vá compreendendo que tipo de atitude se espera dela nessa atividade pedagógica que vai prepará-la para ouvir, compartilhar opiniões e, principalmente, expor suas opiniões, comentários e ou silêncios.

- antes de começar a história, procure ter um momento em que explore a oralidade dos alunos em direção ao que trará a história, sem revelar o enredo. Assim, tratar de assunto que esteja no universo temático da história que será ouvida, pois essa é uma das maneiras de diminuir a ansiedade da criança, o que, consequentemente, evitará interrupções durante a contação de histórias.

Fonte: Infohome. Coluna Leitura e leitores, Maio 2014. Texto de Rovilson José da Silva. Ilustração de Quentin Blake.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Literatura comemora 450 anos de William Shakespeare


O autor escreveu 37 peças, além de vários sonetos e poemas e ganhou o público ao explorar sentimentos que todos conhecem muito bem. Seus textos foram traduzidos em mais de 80 línguas.
 
A literatura está comemorando 450 anos de um dos escritores mais famosos do mundo. É uma época de festa.  O país se orgulha de ter dado ao mundo um dos maiores contadores de histórias de todos os tempos. No fim de semana, milhares de pessoas celebraram o aniversário de Shakespeare na pequena cidade de Stratford-Upon-Avon, onde ele nasceu. 

O autor escreveu 37 peças, além de vários sonetos e poemas e ganhou o público ao explorar sentimentos que todos conhecem muito bem.
O teatro no tempo de Shakespeare era ambição e diversão de todos - ricos e pobres.  Era a rua, a forma de ligação entre as pessoas. Todos entendiam as emoções. Uma rede social que se estendia por vários pontos de uma Londres ainda medieval.  Para fazer teatro era preciso entender os poetas, que escreviam o texto.  Todos entendiam as emoções porque teatro é vida contada e recontada.
Londres tinha muitos teatros. O mais conhecido era o Globe - onde William Shakespeare dirigia, interpretava e ensaiava os textos que escrevia.

Hoje eles foram traduzidos e montados em mais de 80 línguas.  Uma companhia de teatro britânica vai encenar uma peça de Shakespeare em todos os países do mundo. Minas Gerais vai até ganhar uma réplica do Teatro Globe.

Por que tanto interesse?  A música da língua inglesa tão harmonizada, que no texto do poeta fica melódica.  Como na cena do balcão de Romeu e Julieta. Mas as palavras de Julieta não traduziram a realidade. Os dois enamorados morreram porque tinham nomes de famílias inimigas. Nas peças do poeta toda a gama de emoções, virtudes e perfídias se mostram em vários matizes.
Em Júlio Cesar, a traição; o ciúme doentio em Otelo; o assassinato e o castigo em Ricardo III. Em Macbeth, a ambição e a tirania; a corrupção e a vingança em Hamlet e em Sonho de uma noite de verão, o mundo encantado, a imaginação e o casamento feliz.

Fonte: Jornal Hoje de 28 abril 2014, Texto de Renato Machado

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O meu paraíso e o do Borges

"Borges disse que para ele a ideia de paraíso era uma biblioteca.  A minha ideia de paraíso é uma livraria. O motivo é muito simples. Quando era muito jovem, 10, 11 anos, eu já gostava muito de ler e, felizmente, lia com velocidade. Descobri que podia entrar em uma livraria, pegar o exemplar de algum livro que me interessasse e ficar uma meia hora segurando-o com muito cuidado enquanto o lia. Os livreiros não se incomodavam. Depois de algum tempo de leitura, às vezes meia hora, eu memorizava a página em que havia parado e ia para outra livraria, onde pegava o mesmo livro e continuava a  leitura. Assim, no fim do dia, como eu lia com grande rapidez, eu  teria terminado, ou quase terminado, o livro que estava a ler. E nunca,  nunca, nenhum livreiro me causou qualquer incômodo, perguntando  se eu queria comprar o livro ou se dirigindo a mim de qualquer outra maneira. Creio que eles, com inteligência e sensibilidade,  percebiam que eu era um leitor fanático, sem dinheiro para comprar  o livro, e, assim, me davam toda a liberdade para ler. Na verdade, até fingiam que não notavam a minha presença. 
O Borges, além de bibliotecário, ficou cego, e essa Biblioteca Paraíso dele devia surgir na sua imaginação apenas, enquanto a minha Livraria, o meu éden, existia na realidade, exibindo uma quantidade infindável de estantes com lombadas coloridas, livros que eu podia apanhar e ler na hora que desejasse.

Fonte: Texto de Rubem Fonseca. (Prefácio da obra "Eu queria um livro… " Organização de Leandro Müller, Agir, 2010. Adaptado). Ilustração de Lupuna.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Leitura tem a capacidade de modificar o cérebro

Para leitores, o fato de que histórias podem mudar uma pessoa não é nenhuma novidade. Porém, um novo estudo indica que a leitura de um romance pode provocar mudanças reais no cérebro, que persistem por alguns dias mesmo depois que o livro acaba. Os resultados foram publicados na edição de dezembro do periódico Brain Connectivity.

Enquanto outras pesquisas nessa área começaram a utilizar a ressonância magnética para identificar as redes cerebrais associadas à leitura, principalmente enquanto as pessoas leem, o estudo de Berns e sua equipe teve como foco os efeitos naturais que permanecem no cérebro após essa atividade.

“Histórias ajudam a dar forma às nossas vidas, e às vezes ajudam a definir uma pessoa. Nós queremos entender como elas entram no nosso cérebro, e o que são capazes de fazer com ele”, conta Gregory Berns, neurocientista da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.

Participaram do estudo 21 estudantes de graduação da Universidade de Emory, que se submeteram à ressonância magnética por 19 manhãs consecutivas. Os primeiros cinco dias serviram apenas para registrar a atividade normal dessas pessoas durante o repouso.

Depois, durante nove dias, eles leram o romance Pompéia, escrito por Robert Harris. A história se baseia em um evento real, a erupção do Monte Vesúvio na Itália, e acompanha um protagonista que, de fora da cidade de Pompéia, percebe a fumaça ao redor do vulcão e tenta voltar para salvar sua amada.

Os participantes deveriam ler uma parte do livro à noite, e passar pela ressonância magnética na manhã seguinte. Terminado o período de leitura, os eles foram ao laboratório por mais cinco dias, para que os pesquisadores avaliassem se os efeitos da história permaneceriam.

Nas manhãs seguintes à leitura, os resultados mostraram um aumento na conectividade de uma região do cérebro associada à recepção da linguagem. “Apesar de os participantes não estarem lendo enquanto eram avaliados, eles retiveram esse aumento de conectividade”, explica Berns. Um aumento de conexões também foi identificado no sulco central do cérebro, região ligada à função motora. Os neurônios dessa região estão relacionados à criação de representações de uma sensação do corpo – o simples pensar em correr, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de correr.

Para os pesquisadores, essas mudanças cerebrais provocadas pela leitura, que têm a ver com a movimentação e sensações físicas, sugerem que um romance pode, de certa forma, transportar o leitor para o corpo do protagonista. “Nós já sabíamos que boas histórias podem te colocar no lugar de outra pessoa, em um sentido figurado. Agora estamos percebendo que algo assim também ocorre biologicamente”, explica Berns.

Os pesquisadores ainda não sabem dizer até onde essas mudanças podem ir, mas elas persistiram pelo menos durante os primeiros cinco dias após a leitura, analisados neste estudo. “O fato de que detectamos esses efeitos alguns dias depois da leitura de um romance escolhido aleatoriamente por nós sugere que os romances favoritos de uma pessoa podem desencadear efeitos mais intensos e duradouros”, afirma o pesquisador.

Fonte: Jornal O Debate, de 06 jan. 2014.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Encontro de leitoras

Minha mãe, adulta e grande leitora, emocionou-me com as mesmas coisas que eu, menina. Bisa Bia Bisa Bel tinha tanta coisa que eu queria ter vivido com ela.

Sempre gostei de ouvir histórias. Desde pequena adorava conversar com os adultos e ouvir histórias sobre suas lembranças de infância e sobre como a vida era diferente naquele tempo.
Acho que foi por isso que o livro Bisa Bia Bisa Bel, Ana Maria Machado me marcou tanto. No fundo me sentia um pouco como Isabel, personagem do livro, porque eu costumava sentar ao lado de meus avós e bisavós durante longas tardes para ouvir os tais “causos” de antigamente. Eles sempre foram grandes contadores de história e isso me fazia viajar no tempo. Era como se estivessem me contando seus segredos, quase como as conversas da pequena Bel com a foto da bisa Bia.

Além dessa identificação enorme com a personagem do livro, durante a minha primeira leitura, vivi momentos que nunca mais esqueci. Eu havia saído de casa carregando meu exemplar para terminar de ler assim que fosse possível. Naquela época eu fazia aulas de balé e era minha mãe que vinha sempre me buscar. Saindo da aula, toda faceira com minha saia cor-de-rosa, fui até o carro e quando abri a porta encontrei minha mãe com os olhos mareados terminando de ler o meu Bisa Bia Bisa Bel que tinha ficado no carro. Ela tinha lido a história inteira, enquanto eu dançava! Lembro bem de ter invejado a velocidade da sua leitura. Mas o que me marcou mesmo foi pensar que a minha mãe, adulta e grande leitora, tinha se emocionado com as mesmas coisas que eu, num livro que eu tinha escolhido. E tinha tanta coisa ali que eu queria ter dito, tantas cenas que a Bel viveu com a bisa Bia e eu adoraria viver com minha mãe. E de algum jeito, ainda que pelas páginas do livro, acho que acabamos vivendo tudo isso.

Quando chegamos em casa terminei a leitura tentando imaginar o que minha mãe tinha pensado enquanto percorria essa ou aquela página. E enquanto eu fazia isso, desejava que a vida fosse cheia de encontros como aqueles, de uma menina com o seu passado, de uma bailarina com sua mãe ou de uma leitora com sua história.

Fonte: Revista Carta Fundamental n. 54, dez. 2013, pág. 60. Texto de Patricia B. Auerbach