quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Leitura: você faz a diferença


"Na vida de cada leitor existiu, quando
criança, um adulto que o introduziu no 
mundo dos livros"

A escrita, os livros e a leitura estão presentes em várias expressões que enchem nossa boca e nossos ouvidos. Quem é que nunca ouviu a frase “o homem que vale mais”? Ou que gostaria que sua vida ou a de alguém fosse um livro aberto? E qual mãe, depois do almoço de domingo, não tem vontade de perguntar a todos da família onde está escrito que cozinhar e lavar pratos é tarefa somente de mulheres? Às expressões acima somam-se tantas outras... Puxe pela memória. Você vai se lembrar! Em todas elas, as palavras leitura, escrita e livros têm sentido positivo. Atestam e passam recibo do valor de uma pessoa, da transparência e inteligibilidade de um processo, da forma escrita como determinadora ou, pelo menos, de influenciadora de normas e comportamentos. No entanto, ouvimos a todo momento dizer que o brasileiro lê pouco. E por que um povo que em tese não gosta de ler atribuiria tanto valor à leitura a ponto de fazer dela e dos livros metáfora de valores construtivos? Talvez a história não seja bem assim e a questão não esteja na quantidade de romances, ficções e aventuras consumidos anualmente.
Pesquisas recentes sugerem que no Brasil se , sim. Só que não os autores que deveriam ser os mais lidos e os mais apreciados. Sobre esse assunto, consulte o site da Universidade de Campinas (www.unicamp.br/iel/memoria). Agora tente recuperar a sua própria história de leitor. O que você realmente gosta de ler em suas horas vagas? Como começou a apreciar esse tipo de literatura? Qual o primeiro livro lido por você? Lembra-se de como esse exemplar chegou a suas mãos? As primeiras leituras foram experiências agradáveis ou dolorosas? Na sua trajetória individual você encontrará pontos em comum com a de outras pessoas. Seria ótimo se todos pudessem compartilhar essas vivências, pois a história de leitura de cada um de nós pode coincidir em muitos pontos com a história da leitura no Brasil.Mas o mais importante é que encontraremos na vida de cada leitor, quando criança, um adulto afetivamente próximo a ele que era emocional e intelectualmente ligado aos livros. Foi provavelmente essa pessoa que iniciou o jovem no mundo da leitura.

Fonte: Revista Nova Escola, n. 168, Texto de Marisa Lajolo*

*Marisa Lajolo é professora de literatura na Unicamp. É autora, entre outros títulos, de Monteiro Lobato: um brasileiro sobre medida (ed. Moderna)

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