quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O perigo de uma história única

Quando penso no dia 20 de novembro lembro-me de uma lição que aprendi já adulta e que mudou meu modo de pensar. É uma lição que, infelizmente, não aprendi na escola, nem nos livros que até então tive acesso. 
Essa lição eu aprendi por conta própria. Foi quando percebi que eu não era “estranha”, nem “diferente”, nem “feia”, nem tinha cabelo “ruim”. Como aprendi isso? Lendo. Foi lendo sobre “nós” e os “outros” que aprendi que não existe um único modelo de “Ser”. Nós humanos nascemos na diversidade e é ela que nos faz Ser Humano. 

Lembro-me do que aprendi com uma escritora nigeriana Ngozi Chimamanda Adichie: há um perigo numa história única. Quando conhecemos apenas uma versão da história deixamos de perceber a diversidade como algo positivo e passamos a sobrevalorizar e naturalizar uma única versão da história – contada por aqueles que a escreveram. 

Há um ditado africano que diz: “Se o leão pudesse contar sua versão da história...”. Até hoje conhecemos apenas a versão do caçador. Mas o caçador não existe sem o leão certo?
Penso que precisamos, urgentemente, deixar de pensar que somos os únicos e que a nossa versão da história é a “natural”, a “única”, a “verdadeira”. Como fazemos isso? Lendo!!!
O que ganhamos com isso? 
A verdade. Conheceremos a nós e aos tantos outros humanos e assim nos reconheceremos e saberemos quem somos: representantes da espécie humana que é rica por sua diversidade.    
Fica o convite.

Fonte: Texto de Priscila Elisabete da Silva (Doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Mestre em Sociologia - UNESP e Professora Licenciada em Ciências Sociais).


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